O boliviano e engenheiro Fernando Mendez Rivero entrou com uma ação de produção antecipada de provas contra a Confederação Brasileira de Futebol – CBF com o intuito de provar a violação de seus direitos sobre a criação do VAR.
Ele alega que criou e registrou na Bolívia em 2005 sistema que também previa a análise de lances através de imagens da partida em tempo real.
Após o registro, contatou todas as confederações sul americanas para oferecer a novidade. No entanto, apenas a CBF, por meio de um contato do presidente na época, Ricardo Teixeira, retornou.
Com a ação de produção antecipada de provas pretende que a CBF apresente provas que foi a criadora do VAR.
É importante ressaltar que para ser titular de direitos autorais, pelo menos aqui no Brasil, o registro é dispensável. É possível utilizar qualquer meio para provar a titularidade do direito.
Além disso, como os direitos autorais tem proteção prolongada, há de haver uma análise restrita sobre o que deve ser protegido por direitos autorais para que não haja um cerceamento da criação autoral em geral.
A proteção de um sistema como o VAR por direitos autorais pode ser questionada, há no artigo 8º da Lei nº 9610/98 – Lei de Direitos Autorais uma vedação a proteção de sistemas, métodos e projetos por Direitos Autorais.
Diante disso, em sendo a proteção do sistema que se pretende, existe a possibilidade da proteção ser totalmente afastada.
Por outro lado, os softwares são protegidos por Direitos Autorais, mas o que se protege, nesse caso, é o código fonte.
No entanto, nada impede que seja utilizado um código fonte totalmente diferente para se chegar ao mesmo resultado.
Logo, para que haja uma violação de software é importante que grande parte do código fonte esteja sendo plagiada.
Existe uma outra possibilidade de proteção de invenções implementadas por programas de computador, por meio de patentes.
Contudo, a patente está adstrita a uma caráter territorial, assim se há a pretensão de utilizar a criação no Brasil, o pedido deve ser depositado também no Brasil.
Diante disso, há uma grande possibilidade de que a CBF não apresente qualquer prova de criação do VAR, podendo, ainda, questionar a proteção da criação por Direitos Autorais.