O CNPEM (Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais) inaugura hoje, quarta-feira, 14, em Campinas, Interior de SP, a primeira etapa do projeto Sirius – o novo acelerador síncotron brasileiro.
Trata-se de uma gigantesca estrutura tecnológica, considerada a mais complexa infraestrutura científica já construída no Brasil e uma das primeiras fontes de luz síncrotron de 4ª geração do mundo.
A luz síncotron é produzida a partir da aceleração de partículas e permite investigar a estrutura da matéria na escala atômica e molecular, como por exemplo de ossos, rochas, plásticos, ligas metálicas, grãos de areia, fósseis, ou de qualquer outro material.
Na prática, essa tecnologia permite avanço de pesquisas acadêmicas e acelera o desenvolvimento de diversos setores da indústria brasileira, principalmente em áreas estratégicas, como de energia, alimentação, meio ambiente, saúde e defesa.
No efeito cascata, a utilização da tecnologia impacta também na área de Propriedade Intelectual, pois implica novas criações e invenções que devem ser protegidas. A Petrobras, por exemplo, deve usar o Sirius para analisar e compreender a composição de rochas e a camada de sal existente sobre as reservas de petróleo em águas profundas para, assim, aperfeiçoar e intensificar a extração.
O Sirius aquece vários setores da indústria e serviços desde o início da sua construção. O prédio de 15 metros de altura e 68 mil metros quadrados foi todo desenvolvido e construído com equipamentos e materiais de última geração em parceira com mais de 200 empresas brasileiras.
Cerca de 85% do orçamento foi executado internamente, inclusive, para aquisição das peças mais sofisticada do acelerador e das estações experimentais, as chamadas “linhas de luz”.
De acordo com o Laboratório Nacional de Luz Síncotron (LNLS), a luz síncotron é uma radiação eletromagnética – luz infravermelha, ultravioleta e raios X.
Na agricultura é usada na análise do solo, para o desenvolvimento de fertilizantes mais eficientes e baratos e menos agressivos ao meio ambiente e à saúde. Também é aplicada para mapear a concentração, biodisponibilidade e localização de nutrientes em espécies vegetais.
Na área de energia permite o desenvolvimento de novas tecnologias de exploração de petróleo e gás natural, o desenvolvimento de materiais e sistemas para células solares, célula combustível e baterias e nas pesquisas de novos materiais mais leves e eficientes.
Já na área da saúde, pesquisas feitas com síncrotron permitem identificar estruturas de proteínas e unidades intracelulares complexas, etapa importante no desenvolvimento de novos medicamentos, assim como no desenvolvimento de nanopartículas para o diagnóstico de câncer e combate a vírus e bactérias.
O Sirius é financiado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, por meio do Programa Avançar, de iniciativa do Governo Federal. O valor total do projeto é R$ 1,8 bilhão.
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