fbpx

O pioneirismo da Apple e sua estratégia de patentes

estratégia de patentes

Conforme noticiado na mídia nos últimos dias, foi publicado pelo USPTO – escritório de patentes dos Estados Unidos, um pedido de patente da APPLE referente a uma nova tecnologia baseada em sensores PIEZO, o qual permite sua aplicação em superfícies diversas e tem como finalidade estabelecer um campo amplo de monitoramento, possibilitando, por exemplo, a aplicação em lençóis de maneira que os sinais vitais de uma pessoa sejam monitorados, registrados ou mesmo transmitidos, durante o sono.

Rapidamente apelidado de iSheet, o objeto do pedido de patente US2018337325 não representa somente mais um avanço tecnológico da APPLE no segmento de dispositivos eletrônicos voltados para uso doméstico, mas uma sedimentação de sua atuação nesse setor, logo após uma bem-sucedida experiência inicial com o desenvolvimento do APPLE Watch.

Outro ponto importante a se destacar sobre a patente do iSheet é a estratégia de proteção de patentes utilizada pela APPLE. Não é somente o documento US2018337325 que protege esta nova área da empresa; pelo contrário, ao menos outros três documentos de patentes complementam tal proteção. O primeiro trata da lógica de comunicação entre os sensores PIEZO utilizados no lençol e uma fonte externa; o segundo, por sua vez, cuida da dinâmica de funcionamento de uma câmera de monitoramento a qual auxilia na ação de determinar quais sensores são efetivamente acionados a partir da posição da pessoa sobre o lençol; e por fim, um terceiro documento falando da transferência dos dados obtidos pelos sensores e até um possível acionamento de serviço médico caso o monitoramento indique alguma anomalia nos sinais vitais da pessoa.

Esse tipo de estratégia não somente é muito comum, mas como também bastante eficaz nas proteções de invenções, uma vez que existindo algum tipo de violação ao produto ou parte dele, a adoção de medidas coercitivas com fundamento na patente específica é muito mais eficiente e difícil de afastar do que a utilização de uma patente mais ampla, contendo uma descrição mais genérica. O conceito “Unidade de Invenção”, que determina que uma patente tem que se referir a uma única invenção ou a um grupo de invenções inter-relacionadas de maneira a compreenderem um único conceito inventivo muitas vezes é mal compreendido. É possível patentear cada conceito inventivo dentro de um mesmo produto, de forma que eventual empecilho em uma porção da invenção não interfira na força das demais, criando um espectro mais amplo de proteção. A estratégia da APPLE reforça esse entendimento e se mostra muito mais proveitosa e robusta.

Além disso, uma estratégia eficiente também demanda um monitoramento eficiente de patentes. Por exemplo, a patente US2018337325 foi publicada na última semana de novembro e despertou a curiosidade da comunidade tecnológica em relação ao produto da APPLE; porém a primeira patente relacionada ao sistema de monitoramento por câmera, também presente no iSheet foi publicada ainda no começo de 2018 e não rendeu muitas menções na mídia.

Por mais que uma patente publicada não seja uma evidência de que um produto original realmente chegará ao mercado, tais documentos ainda são muito preciosos para profissionais que trabalham no ramo de P&D, desenvolvimento de produto, novos negócios e em muitas vezes são fortes indicativos das tendências de trabalho desenvolvidas pelas empresas depositantes, fazendo com que o conhecimento prévio dessas tecnologias possa ser usado como determinante em tomadas de decisão, em especial visando direcionar investimentos e definir estratégias de mercado.

O VCPI realiza o serviço de monitoramento tecnológico baseado em patentes. Basta que o cliente informe as áreas de interesses e o radar é automaticamente acionado, enviando reports periódicos que contém os documentos completos das patentes encontradas.

Fale conosco!